Já pensou em receber o seu pedido de comida pelo céu? Parece brincadeira, mas não é. Segundo empresas de tecnologia, isso poderia estar disponível em breve em alguns países. Mas de acordo com uma história que está circulando por aí, isso já seria uma realidade.
Segundo uma publicação, homens voadores estariam fazendo entregas de comida, em Dubai. A publicação também afirma que tudo isso seria possível graças à mochilas a jato. Ainda segundo a história, Dubai estaria usando essa tecnologia para diminuir o número de veículos nas ruas.
A história viralizou rapidamente nas redes sociais e animou muitos usuários. Apesar disso, a história apresenta as principais características de fake news na internet, como o caráter vago, alarmista, a falta de fontes confiáveis e a ausência de notícias sobre o assunto.
A partir daí, buscamos por mais informações e vamos te contar, em três etapas, os motivos para não acreditar nessa história: 1) O vídeo mostra homens que voam sendo entregadores de comida em Dubai? 2) Há um serviço de entrega de homens voadores em Dubai? 3) É possível que haja um serviço deste no futuro?
Não. Na realidade, o vídeo é uma junção de diversos trechos de vídeos que não possuem nenhuma relação com entrega de comida ou delivery. O homem que aparece com uma asa nas costas é o piloto de jetpack (propulsor a jato) francês Vince Reffet. Em 2020, ele sobrevoou Dubai e quebrou o recorde de altitude de voo com seu propulsor a jato, chegando a 1.800 metros de altura.
Já o homem que aparece entrando no prédio é falso. O vídeo começou a circular na internet em 2022 e foi atribuído à Arábia Saudita. Diversos sites de fact-checking realizaram checagens sobre o vídeo e descobriram que as imagens, na verdade, faziam parte de uma campanha publicitária. O vídeo, na realidade, é uma propaganda de um aplicativo de entrega de comida chamado Hunger Station, com sede na Arábia Saudita.
Enquanto isso, o vídeo do homem que aparece pousando à beira mar e entregando o pacote para uma pessoa também não é verdadeiro. O vídeo foi gravado para uma campanha publicitária da Noon, uma plataforma de compras e vendas dos Emirados Árabes Unidos. Na oportunidade, a empresa estava divulgando seu novo serviço: o “Noon minutes”, um formato de entrega mais rápido.
Não. Essa tecnologia, infelizmente, ainda não é acessível. Como explicamos anteriormente, o vídeo usado como “prova”, na realidade, é a junção de diversos vídeos que não tem nenhuma relação com o ramo de delivery. Um dos vídeos usados se trata de um desafio e os outros são de propagandas de aplicativos e plataformas de vendas.
Sim, mas não dessa forma. Em 202o, o iFood começou a testar a entrega de pedidos por drones. Em seu site, a empresa destacou que outras organizações já estavam no mesmo caminho, como a Amazon, a DHL, o Google e o FedEx. Em 2022, o iFood anunciou que havia conseguido a licença, junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para realizar suas entregas com drones.
Já em 2023, no Reino Unido, a empresa Domino’s utilizou um propulsor para realizar suas entregas durante um festival de música, em Glastonbury. Na época, um homem vestiu um traje especial e voou para fazer as entregas aos fãs que acampavam na fila, esperando o início do evento. Mas ao que tudo indica, a ação foi mais voltada para chamar a atenção do público do que para realmente ser incorporada pela empresa. Até porque os custos e os riscos de um “problema” não são tão baixos.
Dubai não está utilizando homens voadores para fazer entrega de comida. Na realidade, o vídeo usado como prova se trata de um compilado de vídeos que circulam na internet há algum tempo. Em um dos vídeos, temos um piloto francês que quebrou o recorde de altitude de voo com um propulsor a jato. Já os outros dois vídeos que aparecem nas imagens da história de hoje tratam-se de campanhas publicitárias para aplicativos e plataformas de vendas (e não tem nada de reais).
Atualmente, temos uma tecnologia de entrega por drone. Em 2023, a empresa Domino’s até chegou a utilizar um traje especial com propulsores para fazer entregas durante um festival de música, no Reino Unido. Mas o uso de propulsores a jato ainda não é uma realidade comercial.