O morcego da espécie Eptesicus serotinus, ou morcego-hortelão-escuro, pode chegar a 38 centímetros e os pênis dos machos medem cerca de ¼ do seu corpo. As fêmeas, por sua vez, têm uma vagina sete vezes menor que o membro masculino.
Por conta dessa disparidade, a reprodução dessa espécie ocorre sem penetração sexual, sendo o único mamífero que se acasala dessa forma.
Além disso, a cabeça do pênis se expande em formato de coração. “Não há como penetrar nessa estrutura”, disse Nicolas J. Fasel, que liderou estudo publicado na revista Current Biology.
Foram registrados 93 casos de acasalamento no sótão de uma igreja holandesa e quatro eventos em um centro de reabilitação ucraniano. Os casos foram registrados por Jan Jeucken e compartilhados com o pesquisador por meio de e-mail.
Ao abrir a mensagem, Fasel se surpreendeu. Na verdade, o conteúdo estava repleto de vídeos mostrando os acasalamentos entre animais. Fasel disse que a “paixão de Jeucken fez dele o melhor observador para entender os morcegos” e, durante os estudos, Jeucken foi reconhecido como coautor.
Durante o ato, que dura em média 50 minutos, mas pode chegar até a 13 horas, os machos agarram as fêmeas pela nuca e usam seus pênis como um braço extra para envolver e remover uma grande membrana utilizada para proteger a vagina, disseram os especialistas.
Com sexo sem penetração, esses morcegos envolvem-se em um acasalamento por contato, no qual o esperma é transferido simplesmente esfregando os órgãos genitais, um comportamento nunca antes documentado em mamíferos.
Neste abraço longo chamado “acasalamento por contato”, é o momento em que o sêmen é transferido, sem que os cientistas tenham certeza de como ele é produzido. O que se pode confirmar é que o abdômen da fêmea contém restos destes fluidos.
Este ato de reprodução também é proeminente nas aves e é conhecido como ‘beijo cloacal”. Foi a primeira vez que esse ato foi observado em mamíferos.
O Povo