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Fugir de ultraprocessados reduz risco de diabetes em ao menos 14%

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O consumo de alimentos ultraprocessados, como refeições prontas e refrigerantes, é associado ao maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. Mas a substituição deles por opções menos processadas pode minimizar o perigo, mostra um estudo publicado nesta segunda-feira (16/9), na revista The Lancet Regional Health Europe.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge e do Imperial College London (UCL), ambos na Inglaterra, acompanharam a saúde de 311.892 pessoas ao longo de aproximadamente 11 anos para investigar a relação entre o grau de processamento de alimentos e o risco de diabetes tipo 2.

Os voluntários do estudo eram residentes de oito países da Europa. Ao final da pesquisa, 14.236 pessoas haviam sido diagnosticadas com diabetes tipo 2 e os cientistas descobriram que a cada aumento de 10% na quantidade de alimentos ultraprocessados ​​na dieta, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 subia em 17%.

Mas substituir o consumo de salgadinhos, carnes processadas, comidas congeladas e refrigerantes por opções menos processadas pode levar à redução do risco.

“A boa notícia é que a substituição dos ultraprocessados por alimentos menos processados ​​foi associada a um risco reduzido de diabetes tipo 2”, conta o principal autor do estudo, Samuel Dicken, da Divisão de Medicina da UCL, em comunicado à imprensa.

Relação entre ultraprocessados e diabetes

Para fazer o estudo, os pesquisadores britânicos usaram a classificação que divide os alimentos em quatro grupos:

  • Alimentos não processados ​​ou minimamente processados: como ovos, leite e frutas;
  • Ingredientes culinários processados: como sal, manteiga e óleo;
  • Alimentos processados: como peixe enlatado, cerveja e queijo;
  • Alimentos ultraprocessados: como pratos prontos para comer/aquecer, salgadinhos, doces e sobremesas.

O estudo mostrou que a substituição de 10% de ultraprocessados na dieta por 10% de alimentos não processados ​​ou minimamente processados reduziu o risco de diabetes tipo 2 em 14%.

Trocar 10% de ultraprocessados por 10% de alimentos processados ​reduziu o risco de diabetes em 18%. A redução mais expressiva, de acordo com os cientistas, pode ser explicada porque 30% a 50% dos produtos processados relatados pelos participantes do estudo eram cerveja e vinho, associados a um menor risco de diabetes tipo 2 em um estudo anterior. As sementes salgadas, os pães artesanais e as frutas e vegetais em conserva também estavam nesse grupo.

Diferenças entre os ultraprocessados

Em seguida, eles separaram os ultraprocessados em nove subgrupos, para ter uma visão mais clara do impacto deles na saúde das pessoas. Eles incluem:

  1. Pães, biscoitos e cereais matinais;
  2. Molhos, pastas e condimentos;
  3. Doces e sobremesas;
  4. Salgadinhos;
  5. Alternativas baseadas em plantas;
  6. Produtos de origem animal;
  7. Pratos mistos prontos para comer/aquecer;
  8. Bebidas adoçadas artificialmente e com açúcar;
  9. Bebidas alcoólicas.

“A maioria dos estudos considera apenas os alimentos ultraprocessados como um todo, mas também suspeitamos que pode haver riscos diferentes associados a diferentes tipos deles, e os riscos de outros grupos de processamento não foram bem pesquisados. Nossa análise vai um passo além dos estudos anteriores, ao analisar todos os quatro grupos de processamento na classificação NOVA para avaliar o impacto no risco de diabetes tipo 2 quando substituímos os ultraprocessados por alimentos menos processados, bem como analisamos nove subgrupos de ultraprocessados”, conta Dicken.

Os salgadinhos, produtos de origem animal, refeições prontas e bebidas adoçadas com açúcar e artificialmente foram associados à maior incidência de diabetes tipo 2.

Por outro lado, pães, biscoitos e cereais matinais ultraprocessados, doces e sobremesas e preparos alternativos à base de plantas foram associados a menor incidência de diabetes tipo 2 neste grupo.

“A análise do subgrupo UPF neste estudo foi reveladora e confirma que nem todos os alimentos categorizados como ultraprocessados são iguais em termos de riscos à saúde associados a eles”, considera a professora Rachel Batterham, autora sênior do estudo da Divisão de Medicina da UCL.

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