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Embrapa estuda novo tipo de algodão e Ceará projeta plantar 10 mil hectares

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Campo experimental em Barbalha deve ser cultivado até o fim do ano. A partir de 2025, existe plano de plantar o equivalente a 10% da demanda por algodão no mercado local

O agronegócio cearense está animado com o desenvolvimento do plano para recuperação da cotonicultura no Ceará. A perspectiva é de que a partir de 2025 sejam plantados 10 mil hectares de algodão.

O projeto é desenvolvido por entidades de mercado, Governo Estadual e capitaneada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Atualmente, um campo experimental foi plantado em Barbalha, com colheita prevista para esse último bimestre do ano. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amilcar Silveira, destaca que o avanço científico deve proporcionar um novo ciclo do algodão no Estado.

Vale lembrar que o Ceará já foi um dos principais polos produtores de algodão do Brasil, com mais de 1,3 milhão de hectares (chegando a ser líder nacional em meados de 1980) e mais de uma centena de indústrias de beneficiamento focadas na cotonicultura. A praga do bicudo é que mudou o cenário.

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Nos últimos anos, aos poucos, essa cultura tem retornado para pauta do agronegócio cearense. Em 2023, o Ceará produziu 2,3 mil hectares de algodão, enquanto o atual maior produtor, o Mato Grosso, plantou 1,2 milhão de hectares, o que gerou US$ 31 bilhões em exportações.

Amilcar lembra desse movimento e destaca que hoje Mato Grosso, somente com a exportação de algodão, fatura muito mais do que os US$ 2 bilhões de toda pauta exportadora cearense.

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A realidade dessa retomada, no entanto, é outra. O foco, segundo Amilcar, é abastecer as indústrias têxteis e de confecção instaladas no Ceará. Os 10 mil hectares a serem plantados em 2025 passariam a atender 10% da demanda das principais indústrias.

Estudo feito pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) apontou que são necessários 106 mil hectares de algodão para suprir a indústria.

Amilcar garante que o foco não é competir com Mato Grosso, mas sim criar um produto premium, comparável ao algodão egípcio e ao Pima peruano, que são os melhores do mundo.

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“Temos que garantir a sustentabilidade dessas agroindústrias no Ceará, principalmente garantindo algodão de qualidade produzido aqui. Não é viável para esses investidores continuar comprando matéria prima do Mato Grosso, beneficiar aqui e enviar para São Paulo (o polo consumidor). Isso vai cansar, principalmente com o fim das políticas de incentivo fiscal”, afirma.

Amilcar revela ainda que já existem 12,5 mil hectares de terra adquiridos somente na Chapada do Araripe por investidores interessados no plantio de algodão na Região do Cariri, além do potencial de plantio em outras regiões do Estado, como a Chapada do Apodi e da Ibiapaba.

“O desafio é grande, mas estamos otimistas. Queremos um algodão de alta qualidade que tem valor muito acima do algodão comum”, pontua Amilcar.

Um dos esforços no plano de resgate da cotonicultura está no registro da marca “Algodão do Ceará” e lançamento de campanha de marketing para promover o produto.

Web Rádio Ceará Rural

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