Alguns hábitos que temos podem parecer completamente corriqueiros e seguros, mas acabar aumentando a chance de ter algumas doenças. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, a comunidade científica reforçou a importância de higienizar as mãos para evitar a entrada do coronavírus no organismo quando levamos os dedos aos olhos, boca ou nariz.
Médicos e analistas de dados da Universidade de Amsterdam, na Holanda, descobriram que o hábito de cutucar o nariz, por exemplo, aumentou o risco de ter Covid-19 na primeira onda da doença.
A pesquisa foi publicada nessa quarta-feira (2/8) na revista científica Plos One. Foram analisados os históricos de saúde de 219 profissionais de saúde que trabalham em dois hospitais universitários da Holanda, observando quantos deles tiveram Covid-19 durante a primeira fase da pandemia. O levantamento mostrou que 15% dos participantes foram infectados com o coronavírus na época analisada.
Entre os que admitiram ter o hábito de cutucar o nariz (coçar ou tocar, não necessariamente enfiar o dedo na narina), inclusive acidentalmente, 17,3% teve Covid-19. Em quem não tem o hábito, a porcentagem de infectados foi de 5,9%.
Os que disseram mexer frequentemente no nariz, 80% dos entrevistados, eram em geral mais jovens (44 anos, em média) do que os que não admitiram ter o costume (53 anos).
Os outros hábitos investigados — roer as unhas (33% dos entrevistados), ter barba (35% dos homens) e usar óculos (72%) — não foram associados a um aumento da incidência da Covid-19.
Os cientistas que participaram da pesquisa alertam para a necessidade de criar protocolos para educar profissionais da saúde a não tocar os narizes, especialmente durante o trabalho.
Metrópoles