Em 2022, das 24.287 pessoas que moravam em clínicas psiquiátricas, comunidades terapêuticas e similares no Brasil, 80,4% eram homens. O valor corresponde a aproximadamente 19,5 mil pessoas. Os dados são do Censo Demográfico 2022 – Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O Censo não investiga a relação do morador do domicílio coletivo com o estabelecimento. Sendo assim, um morador de uma clínica pode ser um paciente, o proprietário, um funcionário, um familiar do proprietário ou qualquer outra pessoa que por qualquer motivo resida lá.
Segundo o estudo, nas clínicas psiquiátricas e similares, o grupo etário mais frequente foi a faixa entre 40 e 49 anos, com participação de 23,5%.
O levantamento classifica os domicílios coletivos como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam era regida por normas de subordinação administrativa.
Além das clínicas psiquiátricas, são exemplos de domicílios coletivos penitenciárias, asilos, hotéis, pensões, alojamentos, abrigos, orfanatos, entre outros.
Segundo o estudo, 28,7% dos moradores de clínicas psiquiátricas, comunidades terapêuticas e similares com mais de 15 anos são analfabetos. Entre os domicílios coletivos, esse grupo é o terceiro com uma proporção maior de analfabetos.
Nesses locais, a taxa de média de analfabetismo é elevada, mas a diferença em relação à população em geral fica ainda mais acentuada quando o indicador é desagregado por grupos de idade.
No grupo entre 20 e 29 anos, a taxa de analfabetismo entre moradores de clínicas psiquiátricas atingiu 15,1%. A faixa etária com a maior proporção de analfabetos nesses locais é entre 50 e 59 anos. O índice chega a 35,4%, bem superior ao da população brasileira na mesma faixa etária (9,7%).
O estudo mostrou também que a taxa de analfabetismo nas penitenciárias foi de 6,6% em 2022, ligeiramente inferior ao verificado no total da população brasileira (7%). No entanto, segundo o IBGE, é preciso considerar que os domicílios desse tipo têm uma concentração de moradores na faixa etária entre 20 e 39 anos, grupo etário no qual a taxa de analfabetismo, na população em geral, é bastante reduzida (1,6%). Entre os moradores de presídios, esse indicador foi de 5,1%.
Desagregando a taxa de analfabetismo por grupos de idade, verifica-se que os moradores das penitenciárias tinham uma taxa de analfabetismo mais elevada que o conjunto da população, para cada grupo de idade analisado.