Com a chegada do mês de dezembro, boa parte das pessoas planejam viajar para desfrutar do período de festas e férias. E é justamente no fim do ano que os números de acidentes e mortes no trânsito aumentam. Segundo dados preliminares do Ministério da Saúde, 2023 nem acabou e 10.060 pessoas perderam a vida por lesões em acidentes de trânsito.
Em 2019, período pré-pandemia, foram registrados 31.945 óbitos por lesões no trânsito. Mesmo durante o período pandêmico, observou-se um aumento nas estatísticas, nos anos de 2020 e 2021, com 32.716 e 33.813 mortes, respectivamente. Já em 2022, de acordo com os dados preliminares do Ministério da Saúde, foram 32.174 casos.
Mesmo quando o acidente, felizmente, não resulta em vítimas fatais, as consequências podem ser graves, em função do politraumatismo, quando duas ou mais partes do corpo são lesionadas, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), José Octavio Soares Hungria.
“É comum que acidentes de grande impacto resultem em sequelas, impactando para sempre a vida da pessoa. Lesões permanentes, cicatrizes, incapacidade motora parcial ou total, aposentadoria compulsiva são só alguns dos prejuízos trazidos por essa situação”, fala.
O especialista pontua, ainda, que um quadro de politraumatismo pode levar o indivíduo a uma condição de esgotamento da capacidade fisiológica de equilíbrio orgânico, “tornando-se potencialmente fatal”.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), quase 80% dos acidentes poderiam ser evitados por mudanças de conduta dos motoristas. Nos primeiros meses de 2023, por exemplo, 77% dos acidentes ocorridos no período tiveram como causa escolhas erradas por parte dos motoristas, de acordo com os dados apresentados pela Diretoria de Operações da PRF. São exemplos desse tipo de conduta evitável as ultrapassagens indevidas, velocidade incompatível, ingestão de álcool, falta de atenção e desobediência às leis de trânsito.