No mundo de hoje, aluga-se tudo. Carro, televisão, animais… Até mãe. Sim, um grupo de cinco mulheres de Boston (EUA) criou uma empresa para oferecer a “figura materna”, na classificação da companhia, a estudantes que estejam muito longe do seu local de origem, sejam eles de dentro ou de fora do país.
O Serviço de Concierge para Estudantes (CSS, na sigla em inglês) cobra US$ 10 mil (cerca de R$ 52 mil) por ano letivo para que os estudantes tenham o apoio de uma mãe de aluguel, não importa a hora do dia ou o dia da semana. Uma delas já teve que voar a Miami (Flórida) para pagar a fiança de um jovem preso e outra acabou viajando a Nova York para ajudar um estudante que sofrera acidente e estava num pronto-socorro.
Essas são exceções. No geral, cada integrante do CSS, que se define como “momtrepreneur” (mãe empreendedora), colabora fazendo compras, comida e serviço de lavanderia. Quando as necessidades são muito urgentes, o estudante está muito longe e não há uma mãe alugada disponível, o CSS terceiriza o serviço com atendentes locais.
Outras obrigações previstas no contrato são assistência acadêmica, agendamento de consultas de beleza e spa, ajuda para fazer reservas para jantares e inscrição em academias, busca de apartamentos, montagem de móveis, planejamento de festas, marcação de consultas médicas e odontológicas e consultoria bancária para pagamento de contas. Até mesmo nas férias dos alunos, a “momtrepreneur” fica disponível para ajudar a montar um roteiro interessante.
“Sou uma mãe longe da mãe (biológica), um sistema de apoio total para os estudantes”, explicou Tammy Kumin, fundadora do CSS, ao “NY Post”. “Recebemos jovens em pré-internatos, internatos ou faculdades e cuidamos das suas necessidades práticas, médicas, de saúde mental e muito mais”, completou ela.
O saudita Salman (ele não quis informar o sobrenome), chegou aos EUA em 2003, aos 16 anos. A família acionou o “serviço maternal” de Tammy.
“Eu e outros alunos íamos à casa (das mães de aluguel) e às vezes fazíamos refeições caseiras”, lembrou ele, que mora já está formado e mora em Nova York. “Se eu precisasse de transporte, tivesse algum problema ou apenas alguém com quem conversar, elas sempre estavam lá”, emendou ele.
Salman disse que Tammy foi uma das primeiras a receber uma ligação sua depois que sofreu uma emergência médica em 2010:
“Tive que fazer uma cirurgia muito séria. E conversei com Tammy sobre isso antes de falar com minha mãe porque me senti livre para confiar nela.”
“Não estamos aqui para limitar nossos alunos ou espioná-los para seus pais. Estamos aqui como amigos de longa data que proporcionam tranquilidade às crianças e às famílias”, explicou a americana.
Extra