Morreu na última quarta-feira (23) a ursa-parda Mizar. O animal, que há quatro anos esteve no centro de uma disputa judicial, acabou sendo transferido do zoológico de Canindé, no Ceará, para o Santuário Rancho dos Gnomos, em Joanópolis, no interior de São Paulo.
A morte do animal foi anunciada pela ONG, em publicação no Instagram. “Com profundo pesar e com os nossos corações aos prantos, informamos que a adorável ursinha Mizar ficou livre (faleceu), mas seguimos em paz, pela gratidão e honra de ter convivido com essa adorável ursinha, que nos ensinou tanto”, diz o texto.
Em vídeo na mesma postagem, a médica veterinária da instituição, Carla Spechoto, explicou que Mizar fazia tratamento contra artroses e contra uma doença neurodegenerativa, mas que atualmente os exames de sangue não apresentaram problemas.
“Há 4 anos nós estávamos com a Mizar e durante todo esse tempo percebemos que ela tinha uma doença neurodegenerativa, artroses, e a gente foi manejando com analgésicos, com anticorpos monoclonais, com fitoterapia, homeopatia, foi confeccionado um carrinho especial pra transportá-la até a piscina onde ela fazia hidroginástica pra fortalecer a musculatura”, disse Spechoto.
“E assim ela foi muito bem cuidada. Um animal de 40 anos com todos os exames de sangue em ordem. As únicas alterações vistas eram nos exames de imagem, pois um animal velho e explorado apresentava muitas artroses e degenerações na coluna e nas articulações”, explicou.
Segundo a veterinária, o corpo de Mizar passou por necropsia na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), onde exames atestarão a causa da morte.
A ursa-parda siberiana viveu oito anos no Zoológico São Francisco, em Canindé, no interior do Ceará. Antes com o nome de Kátia, ela e outro urso da mesma espécie, chamado de Dimas, foram transferidos para o equipamento após serem resgatados pelo Ibama.
Dimas foi abandonado pelos donos de um circo e chegou em 2008 ao zoológico cearense, enquanto Katia chegou em 2011, também vinda de um circo, onde vivia com mais três ursos. Um deles era a sua irmã, a ursa Marsha, rebatizada de Rowena quando também fora transferida em 2018 para o Rancho dos Gnomos.
Em outubro de 2018, no entanto, a ativista Luisa Mell, com congruência de duas ONGs cearenses, havia requerido à Justiça a transferência dos animais alegando que os ursos viviam em condições adversas e diferentes do habitat natural deles, devido ao calor da região.
Em junho de 2019, um acordo na Justiça garantiu a transferência dos ursos. A determinação foi emitida pela juíza da 3ª Vara da Comarca de Canindé, Tássia Fernanda de Siqueira.
Além da mudança de ambiente, os ursos também ganharam novos nomes. Dimas passou a se chamar Verrú e, Kátia, foi rebatizada como Mizar.
Diário do Nordeste



