No Ceará, as principais deficiências estão relacionadas ao saneamento básico e à renda, afetando mais da metade das crianças e adolescentes. Essas informações são do relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”, divulgado pelo Unicef nesta terça-feira (10), que analisa os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) Anual de 2016 a 2022.
Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do Unicef no Brasil, explicou durante uma entrevista coletiva que essa análise permite acompanhar as dimensões da pobreza que vão além da renda e que impactam na qualidade de vida das crianças e adolescentes.
Os dados mostram que 50,12% das crianças e adolescentes de 0 a 17 anos sofrem com a falta ou precariedade de acesso a banheiros ou redes de esgoto. Varella destacou que esse é um dos direitos básicos mais frequentemente violados, sendo um desafio difícil de mitigar por envolver investimentos em infraestrutura.
O relatório também detalha os índices separando as privações intermediárias e extremas. No Ceará, a privação extrema é mais relevante para o acesso à renda. Para este item, é considerada a pobreza monetária extrema: quando a renda familiar resulta em menos de R$ 220 mensais por pessoa nas áreas urbanas e R$ 180 nas zonas rurais.
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