Uma pesquisa sobre a relação entre estado civil e depressão revela que pessoas que não estão em um relacionamento apresentam um risco cerca de 80% maior de desenvolver o distúrbio em comparação às casadas.
Publicado na última segunda-feira (4) na revista Nature Science Behaviour, o estudo analisou dados de sete países — EUA, Reino Unido, México, Irlanda, Coreia, China e Indonésia — com base em informações de cerca de 106 mil participantes, dos quais 20 mil foram acompanhados por períodos entre 4 e 18 anos. Além do estado civil, a pesquisa considerou variáveis como educação, sexo, país e consumo de álcool ou tabaco.
Entre os 20 mil acompanhados, 4.486 apresentaram depressão. A partir desse grupo, foi analisada a associação entre o estado civil e a presença da doença, com resultados notórios, os não casados, que inclui divorciados, separados e viúvos, apresentaram um risco de cerca de 80% maior de depressão em relação aos casados. Para somente divorciados ou separados, o percentual chega a 99%.
Apesar de preliminar, o estudo levanta questões importantes sobre por que pessoas sem casamento podem ser mais vulneráveis a quadros depressivos. Os pesquisadores sugerem pessoas em um casamento possui vantagens, como maior suporte emocional, melhores recursos financeiros e qualidade de vida, além de menores taxas de consumo de álcool e tabagismo.
Essa base social pode explicar, em parte, o porquê de alguns subgrupos, como homens solteiros, estarem mais expostos ao risco de depressão. Segundo os autores, “mulheres tendem a ter redes de apoio social maiores e mais fortes do que os homens”.
Mesmo preliminares, os dados compilados pelos cientistas podem ser um indicativo para outras pesquisas que investiguem o tema em mais detalhes. “Essas descobertas ressaltam a importância de considerar contextos culturais, socioeconômicos e comportamentais em pesquisas futuras para entender e abordar melhor as disparidades de saúde mental associadas ao estado civil”, concluíram os autores.
Jornal Jangadeiro