A história da famosa dona do maior bordel do Brasil, Eny Cezarino, é um marco na cidade de Bauru, no interior de São Paulo. Durante as décadas de 1950 e 1980, a sua mansão de 12 mil m² com 40 dormitórios, duas suítes, restaurante, bar, cozinha, piscina e um belo jardim de rosas atraía senadores, empresários, celebridades e turistas para a cidade.

Localizado no trevo da entrada de Bauru
o Restaurante Eny’s Bar chamava atenção com enorme letreiro de neon visível de longe. No auge, o bordel chegou a abrigar mais de 70 prostitutas, que simulavam o “buquê” de mulheres mais bonito do Brasil. Agora, o local está fechado e abandonado, sem o glamour que marcou sua história. Nascida no dia 23 de abril dos anos de 1917, em São Paulo, Eny Cezarino, registrada erroneamente como “Emy”, foi filha de imigrantes italiano e francês.

prostituta de luxo
Ela fugiu da família para trabalhar como prostituta em São Paulo, depois foi ao Rio de Janeiro, Porto Alegre e Paranaguá até descobrir as oportunidades em Bauru. Entre os anos de 1950 e 1970, a cidade cresceu exponencialmente, tornando-se o principal centro do interior paulista graças à sua localização estratégica e desenvolvimento industrial. Eny viu nessa cidade uma chance de investir alto e abrir o seu próprio negócio.

A ascensão e influência de Eny em Bauru
Ela começou a trabalhar na Pensão da Dona Nair, e economizou para comprar um ponto movimentado no centro da cidade. Depois, adquiriu o terreno na Rodovia Marechal Rondon, onde montou o seu famoso bordel depois da remoção dessas casas do centro da cidade.
Além do trabalho das prostitutas
Ela aumentava os seus lucros com a venda de bebidas e se tornou uma figura neutra politicamente, mantendo boas relações com importantes autoridades locais, como o ex-prefeito Nicola Avallone Junior. Conhecida ainda por sua generosidade, ela realizava doações frequentes de alimentos e ajuda a populações carentes em Bauru. Sua história foi detalhada no livro Eny e o Grande Bordel Brasileiro, de Lucius de Mello, finalista do Prêmio Jabuti em 2003.

As “garotas da Eny”
Tinham a ficha limpa, exames médicos regulares e um padrão elevado de qualidade, refletindo o luxo do bordel e o perfil exigido dos clientes. O local era palco de festas privadas para políticos, celebridades e empresários, com nomes como Vinícius de Moraes, Sérgio Reis e Jânio Quadros entre os visitantes.
Após o fechamento do bordel em 1983, a mansão chegou a ser usada para festas, mas hoje permanece fechada e em estado de abandono. Mudanças nos costumes, a concorrência dos motéis e problemas financeiros levaram Eny a vender o imóvel. Ela faleceu em 1987.
Meio Norte