Os números da pesquisa do Instituto Datafolha, que mostram a despencada nos índices de popularidade do presidente Lula, deixam apreensão entre os aliados do Governo Federal e acendem uma luz amarela de
preocupação sobre a corrida eleitoral de 2026. De acordo com o Datafolha, o presidente Lula tem a pior
avaliação desde o início do mandato, com apenas 24% de aprovação. Em dezembro de 2024, esse índice era de
35%. Caiu, também, a aprovação da administração petista: há dois meses, 36% dos brasileiros aprovavam o Governo e, agora, são 31%. A reprovação, nesse mesmo período, saiu de 34% para 41%.

PREÇOS, COMBUSTÍVEIS E PIX

Os últimos dois meses foram de turbulência para o Governo: o aumento nos preços dos alimentos, com
impacto na cozinha dos brasileiros de baixa renda, os efeitos devastadores das fake News sobre mudanças no
PIX, que o Palácio do Planalto foi incompetente para responder, e a elevação no preço dos combustíveis
ajudaram a derreter a popularidade do presidente Lula. Os números da pesquisa saem no momento em que o
Governo Federal tenta recompor a base política, abrindo espaços para os partidos aliados e, especialmente, do
Centrão (Republicanos, PP, União Brasil, PSD), na Explanada dos Ministérios. O MDB, mais ao centro, tende,
também, a ganhar mais espaços. O cenário aponta que a reforma ministerial será de sacrifício para o PT porque, fragilizado junto à população, o Governo precisa de mais apoio no Congresso Nacional para evitar turbulências políticas e administrativas. Ou seja, a sangria da popularidade de Lula dá mais força para aumentar a voracidade dos aliados por cargos. E o Governo terá que ceder.

PESQUISA DATAFOLHA

O Instituto Datafolha ouviu, na segunda-feira (10/02) e terça-feira (11/02), 2.007 eleitores em 113 cidades. A
pesquisa apresenta uma margem de erro de dois pontos para mais ou menos. Segundo, ainda, a pesquisa, a popularidade do presidente Lula caiu entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, saindo de 44% para 29%. Essa faixa de eleitores, que representa 51% da amostra populacional, é mais identificada com o presidente Lula, o que gera ainda mais apreensão entre os coordenadores políticos do Planalto. O componente de preocupação cresce ainda mais porque, na Região Nordeste – reduto eleitoral do PT, a aprovação
saiu de 49% para 33%. A avaliação sobre os índices de queda na aprovação do presidente já vem sendo sentida
desde o final de 2024 e o governo aposta nas mudanças na área de comunicação e em uma agenda de obras e
ações para reverter a curva descendente na população do presidente Lula.

Ceará Agora