Os dados do Ministério da Previdência Social mostram que, entre os meses de agosto e outubro de 2023, o INSS registrou uma média mensal de 1 milhão de protocolos com pedidos de benefícios.
Os números acendem uma luz amarela na agenda do Governo Federal que, neste ano, adotou medidas para redução das filas do INSS, mas mesmo assim não consegue diminuir a quantidade de pessoas à espera de respostas aos pedidos de auxílios e aposentadorias.
O INSS registra, nos últimos anos, um crescente da demanda por benefícios: entre janeiro e julho de 2023, a média mensal foi de 849 mil requerimentos, enquanto, em 2019, essa média era de 748 mil pedidos mensais.
Os números do INSS mostram, ainda, que, em 2022, a média mensal de pedidos de benefícios foi de 754 mil, ficando em 679 mil em 2020, e 721 mil em 2021.
Os números apontam, também, que, atualmente, 1 milhão e 674 mil requerimentos solicitando aposentadorias, pensão, auxílios, salário maternidade e BPC (Benefício de Prestação Continuada) estão em análise no INSS.
O presidente do INSS Alessandro Stefanutto, em declaração publicada pelo Jornal Valor Econômico, aponta que o empobrecimento da população e o aumento do número de pessoas que ficaram sem acesso às políticas públicas sociais no governo anterior podem ter contribuído para o aumento no número de pedidos de benefícios previdenciários.
Outro fator citado nesse cenário é a maior quantidade de pessoas com mais de 65 de idade, que gera mais pedidos de aposentadorias e BPC.
Atual consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados, o ex-secretário de Previdência e ex-presidente do INSS Leonardo Rolim, destaca que é preciso analisar os dados por mais tempo para verificar se o aumento dos requerimentos nos últimos três meses é uma tendência.
“A média de requerimentos aumentou, mas não foi significativo. Pode ser um movimento atípico. É preciso acompanhar mais um pouco e olhar o comportamento por tipo de benefício’’, observa Leonardo Rolim.