O 8° Congresso do PSOL foi marcado por troca de socos e acusações de golpe por parte dos grupos minoritários neste domingo (1º), em Brasília. O evento caminhava para o final quando um tumulto generalizado na plateia forçou o presidente da legenda, Juliano Medeiros, a interromper os trabalhos.
A CNN apurou que a confusão começou quando um assessor parlamentar acusou outros militantes do campo majoritário de fazer manobras políticas para dar um “golpe” nas Executivas do PSOL do Distrito Federal (DF) e nacional.
Nos grupos de Whatsapp da legenda, os integrantes dos partidos trocaram acusações de racismo, golpe e truculência.
“Durante o 8º Congresso Nacional do PSOL houve um desentendimento entre dois militantes que terminou por acirrar os ânimos e interromper o andamento do Congresso por alguns instantes. A direção do PSOL lamenta o ocorrido. O caso está sob apuração das instâncias responsáveis. O incidente não alterou o curso do encontro que se encerrou elegendo a nova direção e aprovando todas as resoluções previstas”, escreveu em nota Juliano Medeiros.
Pré-candidato a prefeito de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos ampliou neste domingo o domínio sobre o PSOL e elegeu sua aliada, a historiadora capixaba Paula Coradi presidente nacional da legenda.
A chapa de Boulos (PSOL de Todas as Lutas) conseguiu 67% dos votos dos delegados Congresso, contra 33% da chapa Movimento Esquerda Socialista (MES), que prega independência em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O grupo de oposição a Boulos tem pressionado a cúpula partidária a cobrar do governo uma postura de combate ao avanço das agendas das frentes conservadoras.
“O PSOL precisa de independência para cobrar o governo a agir contra a reação do Congresso às posições progressistas do STF”, disse a deputada Sâmia Bomfim (SP), que integra a corrente que faz oposição ao grupo de Boulos.
Ainda segundo a deputada, o grupo majoritário na sigla estaria articulando uma manobra regimental para reduzir o espaço das tendências minoritárias.
“Estão fazendo uma manobra que nos tira espaço. Querem dar um golpe na proporcionalidade da direção do partido”, disse Sâmia à CNN.
Procurados pela CNN, Juliano Medeiros e Guilherme Boulos ainda não se manifestaram.
Aliados de Boulos disseram, porém, que não existe “golpe”, e sim uma mudança na correlação de forças do partido, que nasceu de uma dissidência petista.
CNN