A anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro segue como uma pauta prioritária entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta segunda-feira (13), governadores, senadores e deputados federais de partidos como PL, União Brasil, PSD e Republicanos se reúnem, em São Paulo, para discutir estratégias políticas em torno da proposta.
O encontro é visto como uma resposta direta à recuperação de popularidade do governo Lula e ao fortalecimento da base eleitoral petista. Segundo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, a reunião pretende unir lideranças da direita em torno de um movimento que “pode mudar todo o jogo político” e reacender o debate sobre a inelegibilidade e a prisão de Bolsonaro.
“Vai ter uma reunião segunda-feira em São Paulo, com o governador Tarcísio. Vão o Ciro Nogueira, Antonio Rueda, Marcos Pereira e Gilberto Kassab. O Rogério Marinho vai representar o PL e vai discutir a anistia do Bolsonaro”, afirmou Valdemar.
De acordo com ele, o secretário-geral do PL, Rogério Marinho (RN), foi designado para conduzir as tratativas em nome do partido. A expectativa é que o grupo formule uma proposta formal de anistia a ser apresentada ao Congresso Nacional ainda neste ano.
Valdemar destacou que o movimento ultrapassa os limites partidários, reunindo governadores de diferentes legendas, como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR) e Ronaldo Caiado (GO) — todos vistos como possíveis nomes para a sucessão de Bolsonaro na liderança da direita.
“Todo mundo quer a anistia. Nunca o Brasil viveu uma situação dessa. É uma injustiça o que estão fazendo com o Bolsonaro”, disse Valdemar, reforçando críticas ao número de ações judiciais que o ex-presidente enfrenta.
O dirigente afirmou ainda que o ex-mandatário está sendo “julgado no lugar errado” e lembrou que há quase 800 processos contra ele. A reunião em São Paulo deve marcar um novo passo na tentativa de reorganizar a direita brasileira, que busca unidade política e narrativa comum em torno do ex-presidente e dos investigados pelos atos golpistas.
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