Por muito tempo, o ciclo da vida de uma mulher não era visto como pleno se não conduzisse à maternidade. Esta ideia vem sendo aos poucos dissolvida. Seja porque a carreira absorve demais as energias, seja por não querer arcar com a complexidade e o alto custo envolvidos, seja por descrença em um futuro melhor diante da polarização e da ameaça climática.
Os números que agitaram os meios especializados, contidos em um relatório, mostram que, no último ano, a procura por laqueaduras — o mais radical dos métodos anticoncepcionais, por esterilizar a pessoa de forma permanente ao amarrar, cortar ou obstruir as trompas, com baixa chance de reversão — subiu 80%, alcançando quase 100 mil procedimentos em clínicas privadas e na rede pública Brasil afora.
Uma flexibilização nas regras foi o empurrão decisivo. Para se submeter a uma laqueadura, era preciso cumprir uma lista de pré-requisitos, entre os quais ter mais de 25 anos, pelo menos dois filhos e aprovação do cônjuge. Até que, em março de 2023, entrou em vigor uma lei que fez a idade mínima cair para 21 anos e retirou a cláusula da chancela do parceiro.
Natural que a busca tenha aumentado, puxada pelos jovens, o que dá a dimensão de quão sólido é o desejo de não ter filhos para uma fatia das mulheres. O que muito pesou para isso foi o acesso maciço a métodos anticoncepcionais, que garantiram o direito de escolha sobre a maternidade. Agora, a flexibilização das normas para as laqueaduras se soma ao rol. Leia mais na reportagem de #VEJA no link da bio e dos stories.
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.