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Executivos da M. Dias Branco renunciam em meio a demissões e trimestre desafiador

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O conselho de administração da M. Dias Branco, indústria cearense de produtos alimentícios, discutiu e deliberou sobre a renúncia de cargos apresentada por executivos. Neste mês, a companhia havia divulgado, no balanço do terceiro trimestre, a demissão de 850 funcionários próprios e terceirizados, além de dados considerados “aquém do potencial.

O vice-presidente de supply chain (cadeia de suprimentos, na tradução do inglês) e membro do Comitê ESG (ambiental, social e de governança), Adil Dallago Filho; bem como o vice-presidente comercial e membro suplente do conselho de administração da M. Dias Branco, Rômulo Ruberti Calmon Dantas, apresentaram a renúncia.

A renúncia de Adil ocorreu por motivos pessoais, informou a indústria cearense. “A companhia agradece pelos relevantes serviços prestados durante o período em que esteve à frente da vice-presidência de supply chain, bem como pela valiosa contribuição como membro do Comitê ESG, desejando-lhe pleno sucesso em seus projetos futuros.”

No caso de Rômulo, os controladores da empresa sinalizaram que pretendem indicá-lo para integrar a chapa do conselho de administração, a qual será submetida à Assembleia Geral Ordinária em 2025. A causa da renúncia não foi divulgada, mas a companhia também agradeceu ao executivo “pelos relevantes serviços prestados como vice-presidente comercial.”

Ivens Júnior assume função

O presidente da M. Dias Branco, Francisco Ivens de Sá Dias Branco Júnior, assumirá interinamente a função de vice-presidente comercial. Já o diretor-executivo técnico de operações, Sidney Leite dos Santos, acumulará interinamente as funções de vice-presidente de supply chain e membro do Comitê ESG.

Já o cargo de membro suplente do conselho de administração, que era ocupado por Rômulo, ficará vago até a próxima eleição de membros, que ocorrerá na Assembleia Geral Ordinária de 2025.

Os conselheiros, por unanimidade, tomaram ciência e aceitaram a renúncia, segundo a empresa afirmou na ata da referida reunião do conselho de administração, a qual foi aprovada e assinada por todos os conselheiros presentes, sob a presidência de Maria das Graças Dias Branco da Escóssia.

Demissão de 850 funcionários em esforço para reduzir despesas

M. Dias Branco demitiu 850 funcionários próprios e terceirizados em todo o Brasil, em meio a esforços para reduzir despesas e com queda de 51,9% no lucro líquido do terceiro trimestre, cujo analistas viram como um período “para esquecer”.

Em nota ao O POVO, a empresa informou que o movimento de contratações e desligamentos faz parte da dinâmica do mercado.

“A companhia está sempre buscando formas de melhorar sua eficiência operacional e logística para aproveitar ao máximo sua capacidade produtiva. Os desligamentos ocorreram ao longo dos últimos meses e foram distribuídos em unidades de todo o País”, detalhou.

A M. Dias Branco delimitou estratégias para recuperar os resultados e adequar sua estrutura à realidade do mercado, com uma revisão na política de preços, otimização da estrutura organizacional, fortalecimento das exportações e a própria redução de despesas.

Além disso, a consolidação do time comercial em uma única diretoria nacional foi citada, bem como a criação de um time focado integralmente em “food service” (serviços de comida, na tradução do inglês) e ajustes na malha logística, de produção e de distribuição.

O POVO deu detalhes sobre o balanço do terceiro trimestre da M. Dias Branco na noite de sexta-feira, 8 de novembro, quando os dados foram divulgados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Confira os resultados neste link.

M. Dias Branco cita resultado aquém do potencial no 3º trimestre

O lucro líquido da companhia foi de R$ 259 milhões no terceiro trimestre de 2023 para R$ 124,7 milhões em igual período de 2024. Em conversa com investidores na segunda-feira, 11 de novembro, os diretores da companhia citam “resultados aquém do potencial.”

“Enfrentamos um cenário competitivo intenso, varejistas reduzindo os níveis dos estoques, volatilidade das commodities e desvalorização do real. Adicionalmente, nos últimos meses, não chegamos a uma formação adequada de preço, volume e margens”, expuseram.

O analista Gustavo Troyano, do Itaú BBA, destacou como “um trimestre para esquecer”, desapontando até os investidores mais pessimistas e devendo gerar uma reação negativa do mercado, atrelada, ainda, ao menor detalhamento das dinâmicas de receita no balanço.

Já os analistas financeiros do BTG Pactual, Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, citam uma perda acentuada de volume pela primeira vez na história da empresa. Isso porque a M. Dias adotou uma estratégia de precificação, enquanto os seus concorrentes não.

A empresa alterou sua abordagem comercial centrada em volume para preço. “Então, começou a perder participação de mercado em certos segmentos e teve dificuldades para manter o poder de precificação (e as margens) nos níveis anteriores”, explicou o BTG.

De acordo com o diretor de novos negócios e de relações com investidores da empresa, Fabio Cefaly, houve pouca margem para precificação durante os três meses analisados, além de uma certa corrosão da renda dos consumidores devido à inflação.

“Após uma recuperação de margem bem recebida no ano passado, quando os custos das matérias-primas começaram a cair, o 3º trimestre de 2024 marcou uma queda repentina e inesperada tanto nas margens quanto nos volumes”, acrescentou o BTG.

O vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco, Gustavo Theodozio, destacou que a companhia tem tentado repassar preços em função do aumento dos custos das mercadorias, mas as pessoas estão mais sensíveis à precificação, em um mercado “difícil”.

O BTG acredita que o balanço reforçou que a M. Dias opera em um setor maduro com poder de precificação. Há visão cautelosa para as ações, em decorrência da perspectiva menos favorável, com “visibilidade limitada das novas iniciativas da empresa.”

O Itaú BBA disse apoiar as iniciativas de reorganização das operações e políticas da M. Dias Branco. Entretanto, embora vejam como positivas, afirmaram que as propostas levarão tempo para se concretizarem e refletirem em mudanças práticas no balanço.

O Povo

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