Anda dormindo mal? Além do cansaço, você pode estar se sentindo mais envelhecido. Um estudo recente apontou que existe uma relação entre a privação de sono e a sensação de estar mais velho. A investigação indicou que bastam duas noites mal-dormidas para se perceber com 4,4 anos a mais.
O estudo foi publicado em 27 de março na revista científica Proceedings of the Royal Society B. A pesquisa feita em duas partes mostrou que há uma relação direta entre a sensação de juventude e a capacidade de dormir com qualidade.
Comparando os dois extremos da pesquisa, quem se sentia plenamente descansado após duas noites se percebeu quatro anos mais jovem que sua idade real, enquanto quem estava no nível máximo de sonolência teve a impressão de estar até seis anos mais velho.
“É uma diferença impressionante entre os resultados. Por isso, estamos certas de que proteger o sono é crucial para manter uma sensação de juventude que contribui para um estilo de vida mais ativo — quanto mais jovens, mais motivados somos”, comenta a psicóloga e líder do estudo Leonie Balter, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, em comunicado à imprensa.
No primeiro estudo, 429 indivíduos com idades entre 18 e 70 anos foram questionados sobre quantos anos sentiam que tinham, não sua idade real. Eles também foram perguntados sobre quantos dias no último mês não haviam dormido o suficiente e seus níveis de cansaço. Descobriu-se que para cada noite com sono insuficiente, os participantes sentiam-se, em média, 0,23 anos mais velhos.
Na segunda fase da pesquisa, os investigadores decidiram testar a hipótese em um ambiente controlado para observar os impactos de perto. Eles conduziram um estudo experimental de restrição de sono envolvendo 186 participantes com idades entre 18 e 46 anos.
Os voluntários foram divididos em dois grupos. O primeiro teve o sono restringido por duas noites, sendo permitido que dormissem apenas quatro horas. O segundo grupo dormiu sem interrupções e acordou naturalmente ou com nove horas de descanso.
Após a restrição do sono, os participantes sentiram-se em média 4,4 anos mais velhos do que aqueles que tinham dormido o suficiente.
Os psicólogos também descreveram no estudo as diferenças nas respostas das pessoas à perda de sono dependendo se elas eram matutinas (que acordava e ia para a cama cedo no dia a dia) ou noturnas.
Os noturnos geralmente se sentiam mais velhos do que sua idade real, mesmo depois de dormir bastante. Os matutinos, porém, embora se sentissem menos afetados no dia a dia pela idade, sofreram mais quando o sono era interrompido.
Os matutinos se sentiram 5,4 anos mais velhos quando tiveram restrições de sono. Os noturnos foram os que “ganharam” menos anos ao dormir pouco: 3,3 anos. Quem não se identificou com nenhum grupo disse ter se sentido 4,2 anos mais velho.
Metrópoles