As executivas nacionais do União Brasil e do Progressistas (PP) aprovaram, nesta terça-feira (19), a criação de uma federação partidária que passa a reposicionar o tabuleiro político em Brasília.
A federação reúne 109 deputados federais e 15 senadores, além de um fundo eleitoral que, nas eleições de 2026, passará de R$ 1 bilhão, além do fundo partidário anual superior a R$ 100 milhões.
ALIADOS DE LULA COM TOM OPOSICIONISTA
O ato, realizado em clima de grande mobilização, contou com discursos que, mesmo ocupando quatro ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deram o tom oposicionista e projetaram o embate de 2026.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como nome capaz de unificar centro e centro-direita na corrida presidencial, adotou um discurso nacionalizado.
Sem citar diretamente Lula, defendeu que a federação representa uma “transformação para o Brasil” e deve abrir caminho para debates sobre reforma política, saúde, envelhecimento populacional, crise fiscal e pacificação do país.
SEM CANDIDATURA PRESIDENCIAL
Entre os líderes partidários, o senador Ciro Nogueira (PP) frisou que a federação não precisa ter candidatura própria à Presidência, mas sinalizou incômodo com a presença de ministros filiados no governo. Já o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, optou por um tom mais moderado, reforçando que o movimento é pelo fortalecimento da centro-direita e pela defesa de valores como liberdade econômica, família e segurança.
A reunião contou com a presença de Valdemar Costa Neto (PL) e do governador Jorginho Mello (PL-SC), que pediu aplausos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ministros como Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esportes) também participaram, representando o paradoxo de integrar o governo enquanto seus partidos consolidam posição crítica.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), abriu o evento defendendo que a federação não se alinhe automaticamente a governo ou oposição, mas represente uma “política com P maiúsculo”. Ainda assim, a tônica foi de ataques à gestão federal.
Ceará Agora