Você já ouviu falar em prevenção combinada? Conforme definição do Ministério da Saúde, o termo refere-se à associação de diferentes estratégias de prevenção ao HIV e a outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), numa perspectiva voltada à saúde integral das pessoas. Neste Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre HIV, aids e outras ISTs, especialistas do Hospital São José (HSJ), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), informam sobre as principais formas de prevenção contra essas infecções.
A principal forma de se prevenir não só contra o HIV, mas contra todas as outras ISTs, continua sendo a famosa camisinha. Segundo a coordenadora do Núcleo de Telessaúde da Sesa e infectologista do HSJ, Melissa Medeiros, as ISTs são transmitidas por relação sexual vaginal ou anal, ou, ainda, por sexo oral. “Mesmo a sífilis pode ser transmitida por sexo oral, se a pessoa tiver uma lesão primária na boca. Além disso, algumas infecções são assintomáticas: nem sempre seu parceiro ou sua parceira vai estar com aquele corrimento característico das ISTs. Por isso, é importante usar o preservativo”, enfatiza.
A médica alerta ainda que algumas bactérias causadoras de ISTs — a exemplo da Neisseria gonorrhoeae, causadora da gonorreia — têm desenvolvido resistência aos medicamentos orais mais utilizados no tratamento. “Muitas vezes, o tratamento que antes era feito com comprimidos, nós precisaremos fazer com medicações injetáveis. É importante saber se prevenir e entender que a segurança depende da gente”, reforça.
PrEP e PEP
Atualmente, quando se trata da prevenção ao HIV, existem outras alternativas além da camisinha. São as chamadas profilaxias pré e pós-exposição: PrEP e PEP. Disponível no SUS desde 2018, a PrEP é indicada para as pessoas em risco aumentado para a infecção pelo HIV e deve ser tomada antes da relação sexual. De acordo com a infectologista do HSJ, Renata Moraes, a PrEP apresenta duas principais contraindicações: exame de função renal alterado e diagnóstico positivo para HIV.