Não se trata de um fetiche que assinantes buscam de alguma estrela de plataforma adulta. Mas a vida real. Cada vez mais comissárias de bordo, que reclamam de baixos salários, estão recorrendo a trabalhos adultos, como em clubes de striptease, para complementar a renda e conseguir pagar as suas contas.
“Sem dúvida, não sou o tipo de garota que você normalmente veria num clube de striptease”, disse uma aeromoça, identificada apenas como Bree, à NewsNation. “Cresci com muita moral, muita moral cristã. Tenho um parceiro, tenho um emprego”, acrescentou ela sobre a sua atividade parelela — e clandestina.
Após o trabalho num avião, Bree tira o uniforme de comissária, guarda a aliança e se prepara para se despir para os seus outros clientes, em terra firme.[
“Na minha vida, nunca tinha tido pessoas me pedindo sexo oral, e querendo me pagar US$ 500. Não me perguntavam o tempo todo se eu poderia ir para casa e fazer sexo com alguém por dinheiro. Não foi assim que eu cresci”, explicou a americana, que costuma lidar com muitos drogados dispostos a gastar um bom dinheiro com ela.
Embora os comissários de bordo possam parecer ganhar muito dinheiro no imaginário coletico, na realidade eles “recebem cerca de US$ 30 mil (cerca de R$ 170 mil) anualmente”, no primeiro ano, lamentou a tripulante. Para referência, Bree arrecada entre US$ 300 (R$ 1.700) e US$ 1.000 (R$ 5,7 mil) por noite como stripper, o suficiente para cobrir o aluguel e mais.
Um problema é que muitas companhias aéreas, incluindo a United Airlines, não pagam os tripulantes durante boa parte do tempo em que estão de serviço, incluindo a espera no portão ou enquanto os passageiros estão embarcando ou desembarcando da aeronave, informou a NewsNation.
Uma comissária de bordo, chamada Kim, alegou que só é compensada por cerca de metade das horas que trabalha.
“Você faz treinamento por seis semanas e não é paga por nada disso”, lamentou a mãe de três filhos, que trabalha para uma grande companhia aérea. “Às vezes, você trabalha 10 horas e meia por dia e recebe por cinco. Na verdade, recebo menos do que um funcionário do McDonald’s”, lamentou ela.
A comissária Nasstasja Lewis alega que o salário baixo a força a literalmente “apertar o cinto” e a apelar a atitudes extremas. Sem outra opção, a tripulante recorreu a comer as sobras dos passageiros para se manter até o próximo pagamento. Ela disse ter testemunhado comissários de bordo roubando comida de destinada a passageiros da primeira classe.
“Você tem que deixar seu orgulho de lado e dizer: ‘Ei, eu tenho que comer, ou não?'”, disse ela. “Isso faz você se sentir de alguma forma durante esses momentos porque você fica tipo, ‘O que estou fazendo aqui?'”, emendou.
Thresia Raynor, uma veterana comissária com 17 anos de serviço à Alaska Airlines, ficou surpresa com a quantidade de colegas que não têm onde morar.
“Todos os dias no meu trabalho, tenho que deixar uma garota de uma viagem que não tem carro e transporte para um lugar de sem-teto, ou levá-la para um carro onde ela mora, ou muitas vezes dividir refeições com ela no trabalho porque ela não tem comida e nem dinheiro para comida”, declarou ela à NewsNation.
Liam Horgan não está sem teto, mas o funcionário no primeiro ano de contrato com empresa aérea, precisa dividir um apartamento com 20 colegas na região de São Francisco (Califórnia, EUA). O americano revelou que seus chefes até o instruíram sobre como solicitar vales-alimentação.
“É meio constrangedor que a ganância corporativa tenha chegado ao ponto em que a gerência dessas corporações esteja dizendo aos novos contratados: ‘Ei, sabemos que não pagamos a vocês um salário digno, então aqui está como vocês podem se candidatar a um programa social'”, lamentou ele.
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