O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem defendido tolerância zero a aliados políticos que elogiem em público o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo apurou a CNN, a mensagem já foi repassada a congressistas de direita.
O ex-mandatário do Palácio do Planalto deixou claro que não atuará como cabo eleitoral de quem ensaiar qualquer aproximação com a gestão petista.
A defesa do ex-presidente ocorre após ele ter manifestado incômodo com a postura de dois aliados. O primeiro foi o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Em entrevista, o dirigente partidário elogiou o prestígio de Lula.
Após o ocorrido, ambos tiveram uma conversa e, de acordo com relatos feitos à CNN, Bolsonaro pediu a Valdemar para evitar elogios ao mandatário petista.
O segundo foi o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-líder do governo na Câmara dos Deputados na gestão bolsonarista.
Nas redes sociais, Barros elogiou programa de estímulo industrial anunciado pelo presidente petista.
Segundo relatos feitos por um grupo de aliados, o ex-presidente não gostou de o parlamentar ter afirmado que o plano de financiamento é uma “ótima iniciativa do governo federal”.
O entorno de Jair Bolsonaro afirma, inclusive, que o ex-mandatário sinalizou resistência a um apoio a Barros caso ele dispute uma possível eleição suplementar ao Senado Federal em uma eventual cassação do mandato de Sergio Moro (União Brasil- PR).
Hoje, Barros — que já foi ministro da Saúde — está licenciado do cargo de deputado federal porque assumiu a Secretaria de Indústria e Comércio do Paraná.
O “Plano Safra para a Industria” do governo federal prevê R$ 300 bilhões em crédito e subsídios para o setor até 2026. Nomeado “Plano Mais Produção”, o incentivo é uma demanda do setor econômico, que elogiou a iniciativa.