Denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por superfaturamento na compra de livros da rede pública de ensino, o ex-prefeito de Pacatuba Carlomano Marques (MDB) concorre a vereador nas eleições de 2024.
De acordo com os dados registrados na Justiça Eleitoral, o candidato não tem bens a declarar e acumula R$ 5 mil em recursos recebidos, sendo R$ 2 mil doação de pessoas físicas e R$ 3 mil recursos próprios.
No sistema, também é possível visualizar R$ 800 de despesas pagas. A consulta ocorreu no sábado, 21.
Carlomano assumiu a Prefeitura de Pacatuba em 2016, pelo então PMDB, hoje MDB. Em 2020, foi reeleito pelo mesmo partido. De lá para cá, ele foi afastado da gestão, foi preso, renunciou o comando do Executivo municipal e rompeu com o sobrinho, então vice-prefeito, agora prefeito e candidato à reeleição, Rafael Marques (PSB).
O rompimento entre os familiares foi publicizado por Carlomano no último abril. Ele informou, em publicação nas redes sociais, que não existia mais “nenhum laço político-partidário” entre os dois. Ocasião rendeu autocomparação ao tio Paulo, idoso levado morto ao banco por uma sobrinha.
“Pela lealdade que tenho ao povo, em especial ao pacatubano, informo que esta decisão foi tomada porque quiseram fazer comigo o que a Erika fez com o tio Paulo”, disse Carlomano na época.
Antes disso, em fevereiro, ele renunciou ao cargo de prefeito, ponderando que a decisão era tomada para garantir o seu “direito de ir e vir”, podendo voltar a circular pela cidade como “cidadão comum”. Passou o cargo, então, ao vice-prefeito, o sobrinho Rafael.
Em abril do ano passado, Carlomano e oito secretários municipais foram presos acusados de irregularidade em contratação de empresas. Na época, a Justiça afastou os gestores das funções por 180 dias e determinou o encerramento imediato dos contratos da Prefeitura com empresas e pessoas físicas investigadas. Com problemas de saúde, Carlomano foi hospitalizado.
Diante do afastamento, o então vice-prefeito, o sobrinho Rafael, assumiu interinamente o cargo de prefeito de Pacatuba. Em outubro, o MPCE prorrogou o afastamento de Carlomano por mais 180 dias.
Em novembro de 2023, ele, o sobrinho e mais nove pessoas foram alvos de operação do MPCE. A ação girava em torno de crime contra a administração pública, falsidade ideológica e associação criminosa.
Na ocasião, Carlomano foi preso e levado até a delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado após pagamento de fiança. No decorrer da investigação do MPCE, quando estava afastado, ele renunciou, o vice assumiu e, em seguida, os dois romperam politicamente.