Foram mais de 120 minutos de emoção no Estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito, na noite deste sábado. Em um jogo eletrizante, Brasil e Colômbia protagonizaram um duelo épico que sacramentou, de uma vez por todas, o principal clássico feminino da América do Sul. Nos pênaltis, a seleção brasileira venceu por 5 a 4 para ficar com o título, com destaque para a goleira Lorena, que defendeu duas cobranças.
Quando tudo parecia perdido para a seleção brasileira, que perdia de 3 a 2 no final dos acréscimos do segundo tempo, Marta aplicou um potente chute de fora da área e marcou o gol de empate que levou a partida para a prorrogação. No tempo extra, usou a ponta da chuteira para virar o placar e deixar a seleção brasileira pela primeira vez à frente, mas a Colômbia deixou tudo igual novamente. Nos pênaltis, a Rainha teve a cobrança do título, mas desperdiçou. Após a partida, ela falou sobre a montanha-russa de emoções.
— Eu estava ali pedindo a Deus que não me castigasse tanto. Entrar no jogo e ser agraciada com o gol de empate, depois mais um gol, a gente acabou dando um vacilo e elas empataram. Aí nos pênaltis eu tenho a chance de fechar com o título e eu perco — lamentou. — Mas eu tenho essas meninas aqui que são maravilhosas. Depois da cobrança eu voltei muito abalada, mas elas não me deixaram abalar. Sempre acreditando, sempre confiando que a gente iria conseguir, que a Lorena iria pegar os pênaltis. Deus me agraciou com esse título, minha última Copa América. E o nosso objetivo maior, sem dúvida, é ver o futebol brasileiro e sul-americano brilhando cada vez mais.
Amanda Gutierres, autora do segundo gol do Brasil e artilheira da Copa América com seis gols, ao lado da paraguaia Claudia Martínez, refletiu sobre o nível técnico da final, acompanhado de perto por 23.798 espectadores.
— A tendência é essa, do futebol feminino crescer e ser mais disputado. Todo mundo que veio aqui merecia assistir uma partida dessa. As pessoas comparam muito com a Euro feminina, mas olha o nível dessa final. O que falta, um pouco, é a responsabilidade e da ajuda da Conmebol — cobrou a atacante. — Estamos muito felizes. Todo título significa muito, ainda mais com a seleção. É o trabalho do Brasil, do Arthur, independentemente de a gente tomar gol essa mentalidade de nunca desistir. É um orgulho para o Brasil, significa muito para o brasileiro.
Nas penalidades, o clima ficou ainda mais tenso. Tarciane, Gutierres e Mariza acertaram para o Brasil, mas Angelina parou nas mãos de Tapia. Do lado da Colômbia, Usme e Restrepo converteram, mas Pavi isolou e Lorena defendeu a cobrança de Leicy Santos. Na quinta cobrança, Marta se preparou para bater o pênalti do título, mas a goleira colombiana defendeu.
Nas cobranças alternadas, Jhonson e Luany marcaram, enquanto Bonilla descontou. Quem decidiu foi a goleira brasileira, que acertou o lado da finalização de Carabalí e garantiu não só o nono título para o Brasil, mas a manutenção da hegemonia no continente.