O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou informações dos diretores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, e da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no Palácio do Planalto no início de abril, depois que foi noticiado um possível ataque hacker brasileiro ao Paraguai já sob a gestão do petista.
A conversa teria sido para que o presidente entendesse o que houve de fato tanto do lado da inteligência, quanto do lado da Polícia Federal. Além dos chefes dos órgãos investigativos, também estava presente o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Há um desconforto na Abin por essa informação, que deveria ser confidencial, ter sido divulgada em um inquérito da PF. As instituições colecionam atritos no 3º mandato de Lula, desde a segurança do próprio presidente que virou alvo de disputa entre ambas.
Depois do 8 de Janeiro, aumentaram as suspeitas internas no Executivo petista de haver aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na inteligência.
Segundo investigações da Polícia Federal, o grupo teria sido coordenado pelo então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem. O grupo utilizou supostamente o software espião “First Mile”, capaz de monitorar a geolocalização de celulares sem autorização judicial.