Por meio de um comunicado oficial emitido nesta terça-feira (28), o Papa Francisco pediu desculpas pela linguagem utilizada durante uma reunião com bispos italianos. De acordo com veículos locais, o pontífice teria dito aos presbíteros a não acolherem pessoas abertamente homossexuais nos seminários religiosos, afirmando haver “frociaggine” demais na Igreja Católica.
O termo do dialeto de Roma “frociaggine” é considerado uma forma pejorativa para se referir a membros da comunidade LGBTQIAPN+ e pode ser traduzido como “viadagem”, segundo a correspondência em português mais próxima.
“O papa nunca teve a intenção de ofender ou de se expressar em termos homofóbicos e estende as suas desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo que foi denunciado por outros”, afirmou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Conforme a agência de notícias italiana Ansa, o uso da palavra “frociaggine” surpreendeu as mais de 200 pessoas presentes na reunião. No entanto, a escolha da palavra teria sido uma gafe por parte de Francisco, cuja língua materna não é o italiano.
Bispos ouvidos pelo portal Corriere della Sera afirmaram “está claro que o papa não tinha consciência do quão ofensivas eram suas palavras em italiano”. “Mais que, com vergonha, suas declarações foram recebidas com alguns sorrisos incrédulos, porque a gafe era evidente”, acrescentou a publicação.
O jornal La Repubblica deu a mesma informação, citando várias fontes que a corroboram.
Ano passado, o papa permitiu que padres abençoassem casais do mesmo sexo. Em 2013, ele também se pronunciou sobre a comunidade LGBTQIA+: “Se uma pessoa é gay e busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”
Diário do Nordeste